sexta-feira, 5 de abril de 2013

Macedônio Fernandes e Jorge Luís Borges


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000100008

POR SÉRGIO MICELLI

O exame das relações entre o jovem Borges e o letrado Macedonio Fernández permite recuperar uma segunda fornada de energias propulsoras do dispositivo vocacional borgeano. Nascido em Buenos Aires no mesmo ano de seu pai, filho de um estancieiro, Macedonio foi colega de turma e amigo íntimo do pai de Borges, tendo freqüentado juntos o Colégio Nacional de Buenos Aires no secundário e, mais tarde, a Faculdade de Direito e Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires, na qual ambos se formaram e defenderam a tese de doutorado, em 189820. Pertenceram a uma turma famosa da faculdade, a qual incluía nomes ilustres que se tornaram figurões da economia, da política e da cultura argentinas21. Além dos diversos amigos em comum, o pai de Borges freqüentava a casa dos pais de Macedonio, local de encontro de políticos e homens de letras, muitos dos quais participaram da criação do Partido Socialista em 1896. O modo de funcionamento desses encontros deve ter contribuído para as feições de sucessivos círculos de amigos letrados que se organizaram em torno da tutela exercida por Macedonio.
Julio Molina y Vedia, outro integrante das tertúlias, herdeiro de uma dinastia de grandes proprietários de terras, também amigo do pai de Borges, interessado em filosofia e literatura, era arquiteto, o responsável pela construção da casa dos Borges na calle Serrano22, revestida com elementos art nouveau na fachada. Jorge Guillermo viria a resenhar um livro de poemas de Julio, em 1929. Macedonio, por sua vez, comparecia com regularidade às tardes de domingo na casa dos Borges.
Entre os tempos de universitário e os primeiros anos da década de 1920, quando começam a ser divulgados alguns de seus textos em revistas de vanguarda, a produção intelectual esparsa de Macedonio se assemelha em toda linha àquela do pai de Borges: ensaios sobre costumes e logradouros argentinos, sonetos bissextos, escritos filosóficos de esotérico teor metafísico, sem falar do aceso interesse de ambos por psicologia. Macedonio tinha gosto em conceber aforismos e reflexões inusitadas, mesclando tais lampejos com citações de leituras em seus cadernos. Entre 1897 e 1920, ou seja, entre os 23 e os 46 anos de idade, Macedonio produziu apenas alguns poemas e artigos, tendo firmado presença quase mítica muito mais por intervenções orais, pela fluência e pelas tiradas de sua conversa, pela boa estrela de sua imagem entre os amigos23.
Ao emitir o juízo de que "o talento de Macedonio era eminentemente verbal", Borges contribuiu para a tendência crítico-historiográfica de apreender o veterano letrado como conversador de primeira, tornando esse virtuosismo, em meio aos embates da oralidade, uma forma sutil de detração dos dotes como escritor. O fundo de verdade nessa aposta borgeana pode ser atestado pelo exame de certas modalidades de sua expressão literária nos dois livros publicados no final dos anos 192024.
Assim, em Papeles de recienvenido, os breves escorços autobiográficos nos quais infunde uma tagarelice afetada, permeada por uma reflexividade ácida e auto-irônica, deixam aflorar lampejos de auto-representação, como a declaração de pertença às antigas famílias criollas, os olhos claros como faiscante traço recessivo do rentista discreto. Esse mesmo volume comporta falas e improvisos pré-fabricados, enunciados em jantares comemorativos, de homenagem a escritores e artistas amigos ("Brindis de recienvenido"), um epistolário endereçado aos amigos íntimos ("Correo casero de recienvenido"), sem falar da "Miscelânea" ao final do livro e das centenas de revelações naqueles textos em que se misturam arroubos filosofantes, intervenções jornalísticas, poemas e contos dedicados à esposa morta.Advogados atuantes, especialistas em psicologia, casados, na mesma época, com mulheres procedentes de famílias prestigiosas da elite nativa, Jorge Guillermo e Macedonio também desfrutavam de acesso aos mesmos espaços de sociabilidade da nata de bacharéis: o Jóquei Clube, as festanças comemorativas da formatura em direito, as temporadas de verão nas propriedades de parentes. Ao que tudo indica, Macedonio deve ter se correspondido com Jorge Guillermo durante a estadia dos Borges na Europa, o que permitiu ao jovem Borges seguir de perto as peripécias políticas e espirituais dessa espécie de mago politiqueiro iniciado nos recessos da psique humana.
Os traços que o distinguiam devem ter impressionado um bocado Borges, a começar pelas investidas políticas de Macedonio, que teria chegado a ponto de externar a pretensão de lançar-se candidato extrapartidário à Presidência da República nas eleições vencidas por Marcelo de Alvear. Gozação ou intento frustrado, tal projeto foi levado tão a sério por todos os circunstantes, que acabou por integrar-se ao anedotário canônico sobre Macedonio. Conforme dão a entender as cartas trocadas com o primo e confidente, Marcelo del Mazo, essa aventura — para a qual mobilizou uma legião de amigos, inclusive o pai de Borges, então em Madri, e na qual fica difícil deslindar a realidade da fabulação — alimentou sucessivos projetos literários, desde a novela projetada em colaboração com o jovem Borges25, até a fatura caprichosa do personagem presidencial em sua novela mais ambiciosa, publicada muitos anos depois26.
Macedonio foi se convertendo num duplo da figura paterna, réplica positiva e isenta das deficiências do modelo, encarnada num vulto de homem com traços análogos de geração e de classe. Tais vantagens decerto lhe infundiram o desejo de assumir a missão de como que perfilhar o jovem Borges, quer em termos de sociabilidade, quer em chave literária, como fez questão de registrar no poema "Al hijo de un amigo", composto nessa época e de pronto acolhido pelo homenageado na antologia mencionada. Os versos de abertura nessa composição ungem o jovem Borges como o messias em defesa da doutrina do projeto abortado pela geração dos veteranos.
Essa paternidade vicária foi assumida pelo escritor bissexto e pelo pupilo, com conseqüências de peso para a imagem pública e a fortuna crítica do padrinho literário e existencial, incensado como precursor do Borges maduro e realizado, dando margem a certo rearranjo do panteão literário argentino. Borges precisava dessa mexida de posições: entronizar Macedonio como o mestre da geração inovadora equivalia a derrubar Lugones do pódio prevalecente na década de 1920. O empenho em alardear a oralidade criolla de Macedonio, tanto por parte do jovem Borges como pelos vanguardistas da revista Martín Fierro, dotou-o de uma efígie enigmática, homem misterioso, que teria se afastado dos familiares e dos círculos exclusivos em que fora educado, notabilizado por idiossincrasias e tiques do argentino de alta estirpe. Macedonio seria quase a antítese do escritor convencional festejado, como Lafinur, outro arrimo de Borges.
Não tendo jamais pisado em algum país europeu ou latino-americano, Macedonio foi se conformando às feições do eterno "recienvenido", candidato plausível e, a um tempo, inviável como liderança política ou ideológica, uma referência emblemática no cultivo dessa mística do criollo que se basta a si mesmo. Tocava guitarra, apreciava os românticos alemães e os prelúdios de Rachmaninoff, vivia trocando de pensão ou residindo em casas afastadas do centro, cultivando as manias e as maquinações do gênio recluso.
O rentista Macedonio Fernández del Mazo conseguia sobreviver da venda de terras no campo e de terrenos na capital, uma calculada dilapidação do patrimônio familiar. Apesar das feições narrativas pouco convencionais do famoso relato autobiográfico, de 1929, as esparsas achegas do livro manejam esses fumos de prestígio por meio de predicados inerentes à sociabilidade oligárquica, tendo logrado acionar os recursos expressivos que lhe permitiram simular o rechaço do cotidiano .
As excentricidades de Macedonio em diversos domínios, que se haviam intensificado após a viuvez em 1920 — a troca constante de locais de residência, as mulheres que amava, um trem de vida inusitado para o ramerrão burguês — como que avivaram em Borges a empatia pelo personagem e o interesse crescente por seus escritos. Borges acabou enxergando-o como uma espécie de pai substituto, ou melhor, o sucedâneo senhor de si, sem os óbices paternos, igualmente imaginativo, mas destrambelhado, propenso a condutas intempestivas e surpreendentes.
Macedonio se correspondeu com o filósofo francês Arréat em torno da substância do ego e, por quase seis anos, com o filósofo norte-americano William James. Depois de formado, ele e outros colegas, entusiastas do ideário socialista romântico, inspirado em Lasalle e Saint-Simon, tentaram estabelecer uma comunidade utópica e anarquista numa ilha inexplorada do Paraguai — em terras pertencentes à família Molina y Vedia —, primeira evidência do interesse candente pela atividade política. A exemplo do pai de Borges e de tantos bacharéis e letrados dessa geração nos países latino-americanos, leitores convictos de Spencer e infensos aos poderes do Estado, Macedonio se enquadrava no perfil dos membros da elite dirigente de livres pensadores e anarquistas, atentos aos grandes acontecimentos do momento.
Por conta desses ligamentos, não é de se estranhar que o jovem Borges tenha se afeiçoado a Macedonio e o tenha convertido em modelo de excelência "clandestino". Nos primeiros anos dessa amizade um tanto assimétrica, o mestre "subterrâneo" e o discípulo "afilhado" apreciavam os mesmos filósofos — em especial, Schopenhauer —, e partilhavam tantas afinidades políticas que formularam o projeto, jamais encetado, de escrever uma novela fantástica que abordaria os meios empregados pelos maximalistas — a multiplicação de muitas pequenas moléstias — para provocar uma neurastenia geral em todos os habitantes de Buenos Aires e abrir assim caminho ao bolchevismo.
Com o regresso dos Borges em 1921, e sob a instigação maravilhada de Jorge Luis pelo quase mítico guru e por seus escritos, Macedonio se incorporou à vida literária portenha, colaborando em diversos periódicos e ampliando o rol de fervorosos jovens admiradores na vanguarda. Em 1927, Macedonio deve ter instado Borges a aderir à candidatura de Hipólito Yrigoyen, tendo ambos participado do Comité Irigoyenista de Intelectuales Jóvenes. Os dois primeiros livros de Macedonio foram editados no final dos anos 1920, o primeiro deles custeado pelo autor, numa tiragem de apenas duzentos exemplares, o segundo com selo das edições Proa27.
Macedonio também fez as vezes de intermediário entre Borges e os intelectuais veteranos da geração precedente, os quais detinham o controle dos principais periódicos e empreendimentos editoriais de vanguarda, como as revistas Proa 2 e Martín Fierro e a Editorial Proa. Refiro-me ao condomínio de interesses e frentes de investimento envolvendo Evar Méndez, Ricardo Güiraldes e Oliverio Girondo, esse último o único da geração de Borges. Num campo intelectual ainda em gestação, como o argentino, no qual a fortíssima ingerência do poder econômico deixava espaço restrito aos rompantes de autonomia por parte de seus integrantes, mesmo daqueles mais trunfados social e intelectualmente, a proteção conferida pelos grandes investidores — tanto mais valiosa quando esses empreendedores exerciam em paralelo uma atividade literária, como nos casos de Güiraldes e Girondo — constituía a moeda decisiva das relações de força e de sentido naquele universo restrito de trocas. Macedonio aproximou Borges dos figurões no universo literário argentino da década de 1920. De imediato, Borges soube consolidar laços de amizade com cada um deles, passando a colaborar na revista dirigida por Girondo e Evar Méndez, tornando-se parceiro de Güiraldes e Evar Méndez no projeto da Editorial Proa e, por fim, ajudando a promover a empreitada latino-americanista dos martinfierristas liderados por Girondo em sua viagem de 1924.
As diversas intervenções no debate em torno dos graus de originalidade de Macedonio acabaram por ricochete se transmutando em indagações a respeito de Borges como plagiário de Macedonio. Daí em frente, ao longo de toda a vida, Borges jamais deixou de endossar as influências recebidas de Macedonio, os empréstimos sucessivos de seus achados, aforismos, reinações, de seu léxico chacoalhado por significações forjadas. Em retrospecto, a interação tão estratégica de Borges com Macedonio lhe permitiu testar expectativas e intentos, como pretendente trunfado à carreira intelectual entre os muitos egressos dos antigos ramos da elite argentina, como integrante de uma família orgulhosa de sua linhagem, dos feitos militares e políticos dos antepassados, buscando guarida num modelo de escrita pouco convencional, fora dos parâmetros daquela geração. Tal exemplo lhe proporcionou um modelo de intelectual destoante, de leitura difícil, cujos atributos mais ostensivos procediam de uma inserção social acidentada, e não de uma prática intelectual profissional.
O convívio próximo com Macedonio lhe permitiu uma sondagem mais distanciada do imaginário e dos padrões de sensibilidade dos círculos sociais a que pertenciam aquelas famílias criollas. Esse relacionamento lhe espicaçou o empenho em discernir os impensados e as excentricidades daquela mentalidade, em deslindar os meandros de suas preferências políticas e doutrinárias ou os esquadros de apreciação da tábua de valores do que se considerava então autenticamente "argentino". Macedonio fez a ponte entre a primeira socialização familiar, demasiado turvada pelos sentimentos tumultuados de Borges diante dos reveses familiares, e a tomada de rumos para uma carreira intelectual em sintonia com seus "iguais".
A recepção crítica favorável a Borges, desde a arrancada de sua trajetória intelectual, ao longo dos anos de 1920, deveu-se às relações privilegiadas que logrou estabelecer com os letrados veteranos da geração paterna — Macedonio Fernández, Evar Méndez, Ricardo Güiraldes, Roberto Giusti — e também com lideranças de peso na cena cultural espanhola e latino-americana. Primeiro com o poeta Rafael Cansinos-assens, os ensaístas Ramón Gomez de la Serna e Guillermo de Torre, logo adiante Ortega y Gasset, Alfonso Reyes e outros nomes destacados do establishment cultural e literário hispano-americano. A rigor, o único companheiro de geração literária que mereceu sua atenção foi Oliverio Girondo, por razões que pouco têm a ver com as preferências literárias ou pessoais de Borges. A caracterização desses letrados pertencentes ao círculo do pai de Borges, em especial Macedonio Fernández, propicia um flagrante matizado da rede de interdependências a que estavam conectados, naquele espaço social trincado pelas incertezas quanto ao futuro dessa fração da elite argentina, detentora de um superavit de capital cultural que lhe permitiria infundir energias explosivas na modelagem do projeto criativo de seus herdeiros.
Borges adquiriu prontidão técnica e ideológica por meio desse círculo de letrados, o qual fazia as vezes de microcosmo vibrante do universo de interações ao alcance de seus calouros. Não se podem descarnar os desígnios doutrinários dos primeiros livros, tingidos a cada página pelos ideais e ruminações queixosas daqueles homens cultos criollos, relegados pela nova dinâmica de oportunidades econômicas, nostálgicos da herança prestigiosa das antigas gerações familiares, tão orgulhosos dos políticos, militares e periodistas, entre seus ilustres antecessores. Não foi por acaso, capricho ou apenas vontade própria que Borges se empenhou com garra nesse estrondo expressivo. Sua primeira década como escritor altamente produtivo evidencia o intento de assumir a dianteira como ideólogo traquejado, capaz de viabilizar a redenção dos valores conservadores, sob ameaça iminente de serem desfibrados.
Na tentativa de fundir, nessa prática poética e ensaística, a bandeira patriótica e o estro lírico tão fortemente associado às figuras de Banchs e Almafuerte, o jovem Borges quis por à prova o calibre de seu cabedal, então a serviço de um programa recessivo, o qual pudesse trazer alento, ou ao menos sustar o esvaimento das pretensões de influência política dos círculos criollos a que pertenciam ele próprio e todos os seus. A apreensão do caráter, do estilo e da substância temática das obras dos anos 1920 deve, pois, estribar-se no resgate dos laços íntimos do estreante Borges com esses setores, no interior dos quais ele foi socializado e, no limite, convencido quanto à legitimidade e à urgência das palavras de ordem de sua redenção. Tais experiências modelaram as feições e os feitos extraordinários desse talento fulgurante, como que empurrado, alçado mesmo, desde os escritos de juventude, à condição privilegiada de porta-voz e herdeiro das "iluminações" alardeadas pelos mentores e patronos.
Girondo, Borges e Bernárdez28 foram alguns dos escritores vinculados à vanguarda martinfierrista que, de fato, se formaram em contato e proximidade com as propostas de renovação da cultura européia no período de entreguerras. Eles tiveram o privilégio de empreender, no mais das vezes em companhia de suas famílias, sucessivas viagens à Europa. O envolvimento crescente com linguagens e procedimentos das vanguardas locais, em especial na França e na Espanha, mas também na Alemanha e na Itália, abriu-lhes oportunidades de veicular seus textos em revistas européias, e ainda lhes propiciou uma reação crítica favorável naqueles espaços estratégicos de difusão. A vocação literária de todos eles resultou, portanto, do embate entre constrições contrastantes: de um lado, as expectativas dos círculos sociais e intelectuais a que pertenciam na Argentina, as obras e os autores festejados daquela tradição cultural, a agenda de temas e prioridades derivados de uma dada conjuntura histórica; de outro, os modelos de inovação estética e literária em vigência na cena européia de vanguarda.
Nas condições de operação do campo literário argentino nos anos 1920 e 1930, em lugar de priorizar o significado estético das iniciativas e obras dessa geração de vanguarda, os arroubos criativos de juventude se tornam inteligíveis nos marcos da socialização desses "herdeiros", em especial nos casos exemplares de Girondo e Borges, impregnados por completo pelo universo de valores, padrões de gosto e expectativas de suas famílias, ou seja, dos círculos de elite em que se modelaram tais projetos intelectuais. Basta atentar às inúmeras modulações com que Borges intentou manejar o gênero biográfico, a começar pelo experimento multifacetado que desaguou no ensaio Evaristo Carriego, para nos darmos conta da incessante reciclagem de sentidos a que foi tentando sujeitar os retratos hirtos dos antepassados, os relatos memorialísticos das grandes figuras do Centenário, mesclados às representações personalizadas de personagens prensados, literalmente, entre a legenda histórica, a memória familiar e de classe, e o enredo ficcional.
Fervor de Buenos Aires foi recepcionado por uma dúzia de resenhas, na Argentina e na Europa, algumas delas subscritas por escritores de certa reputação, como Enrique Díez-Canedo, Salvador Reyes e Ramón Gomez de la Serna, este último tendo publicado a sua na prestigiosa Revista de Occidente. O livro seguinte de Borges, Inquisiciones, mereceu resposta de voltagem idêntica, tendo feito jus a resenhas em periódicos locais e àquelas assinadas por Cansino-assens, Guillermo de Torre e Pedro Henríquez Ureña em publicações espanholas. Luna de Enfrente, o segundo livro de versos, suscitou resenhas pelos companheiros de maior prestígio na turma vanguardista — Bernárdez e Marechal —, além do artigo firmado pelo crítico e futuro cunhado, Guillermo de Torre, outra vez na Revista de Occidente. Tais reações garantiram a Borges um cabedal invejável de prestígio, um lugar de primazia, abrindo-lhe oportunidades e iniciativas que ele jamais poderia ter sem respaldo dos veteranos, os quais lhe permitiram calçar uma posição de força no comando da geração argentina de vanguarda.

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