terça-feira, 9 de abril de 2013

“Qual é a sua maior ambição literária?

Escrever, um livro, um capítulo, uma página, um pa
rágrafo, que seja tudo para todos
os homens, como o Apóstolo (1 Coríntios 9:22); que
prescinda de minhas aversões, de
minhas preferências, de meus costumes; que nem mesm
o aluda a este contínuo J. L.
Borges; que surja em Buenos Aires como poderia ter
surgido em Oxford ou em
Pérgamo; que não se alimente da minha raiva, do meu te
mpo, da minha ternura; que
tenha (para mim como para todos) um canto cambiante
de sombra; que corresponda de
certo modo ao passado e ainda ao secreto futuro; qu
e a análise não possa esgotar; que
seja a rosa sem porquê, a platônica rosa intemporal
do
Viajante Querubínico
de
Silesius”

JORGE LUÍS BORGES


(...)

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