sexta-feira, 28 de junho de 2013

Blake e a busca por novos padrões de significado


William Blake não se tornou um herói do movimento radical estudantil de um passado recente por acaso. Profundamente impressionado com o ritmo de atividades irrefreáveis nas Revoluções Americana e Francesa, com todas suas consequências sociais, Blake aplicou princípios revolucionários em suas reflexões sobre o desenvolvimento dinâmico do indivíduo. Ele desejava derrubar todas as ''fundações '' religiosas e políticas; seus textos encorajavam cada um a procurar seus próprios valores espirituais e morais. Ele adotou uma posição anárquica, frente a frente com as posições ortodoxas do cristianismo contemporâneo e as noções tradicionais de bem e mal. Crenças racionais e científicas, que estavam sendo enunciadas na era do Iluminismo, foram invertidas por Blake em sua meditação sobre imagens internas que derivavam de emoções profundas e essenciais do homem, não de suas habilidades intelectuais ou técnicas adquiridas. Sobre isso, Blake antecipou o trabalho dos psícólogos contemporâneos, que reconhecem que todo evento externo é afetado pela pessoa que o experimenta e que seu emocional, bem como suas respostas cognitivas, são partes elementares do fenômeno que está sendo observado. Além disso, as imagens, em muitos dos livros de Blake, particularmente em suas últimas obras, mostravam identidade com seu tempo e lugar e adquiriram a qualidade universal de temas de contos e jóias mitológicas, que sempre reaparecem em lugares largamente distantes. Contraditoriamente, é apenas essa universalidade de tema e estilo que separa Blake como profeta do indivíduo; devido á sua indepêndencia das atitudes determinadas pela tradição contemporânea inglesa, ele foi atirado sobre suas próprias fontes para criar uma filosofia pessoal independente, que lhe daria o suporte necessário em sua busca por novos padrões de significado.

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