segunda-feira, 29 de julho de 2013

A passagem do Dragão através do Khien

 
Exame da passagem do Dragão através do Khien, hexagrama da perfeição em si:
O Dragão "inteligência cujas modificações são ilimitadas, símbolo das transformações da via racional (tao) da atividade expressa por Khien" I Ching: capítulo I § 8, comentário Tsheng-tse) se coloca sobre o primeiro traço (traço inferior e positivo, sem solução de continuidade); ele representa "o ponto de partida do princípio dos seres". É o "Dragão oculto".
A extrema atividade da Perfeição não se produz, não se revela por qualquer ato de vontade, mesmo por qualquer pensamento; logo ela é oculta, quer dizer não inteligível ao homem. É o período do não agir (wu wei). E por período deve-se entender a idéia de estado metafísico, como, pela palavra "situação", deve-se entender o "lugar geométrico", todas as concepções devendo ser aqui independentes das relatividades do tempo e do espaço.
Pousado sobre o segundo traço, o Dragão emerge: a atividade começa a se fazer sentir sobre a superfície da terra: é o "Dragão no arrozal". A extrema atividade do céu ainda não se manifesta, mas o homem se dá conta de que ela existe, Este sentido dá a tendencia geral do hexagrama. Os dois traços correspondentes sendo aqui todos os dois positivos, resulta que o sentido do Khien é reforçado, quer dizer a atividade do céu é extrema, contínua, eterna e que o Céu não é concebível fora da ideia de sua atividade.
Esta segunda situação resume-se perfeitamente por esta comparação de Shiseng: "O éter positivo começa a engendrar, assim como a luz do sol começa a clarear todas as coisas, antes que este apareça no horizonte".
Pousado sobre o terceiro traço, o Dragão se manifesta: ele
ele está sobre a situação superior do primeiro trigrama: é o momento da lenda onde, subindo ao topo das águas ruidosas, ele vai se lançar no ar e aparecer como ele é na realidade. Se as escamas do Dragão saem das águas, então o homem conhece a ciência e a lei. É o "Dragão visível". A incessante atividade, chegada do alto de um trigrama, supera o abismo que a separa do segundo trigrama. Matéria para grande circunspecção.
Há cuidados e perigo a evitar em "ver o rosto do Dragão", quer dizer conhecer a Ciência e a Lei., se não se está suficientemente preparado pelos estados anteriores. Eis a vontade de expansão de todos os seres, muito perfeita posto que ela é o coroamento da atividade, mas muito perigosa, posto que ela pode alcançar à multiplicidade, quer dizer às formas e à desunião.
Ousado sobre o quarto traço, o Dragão tende a deixar o mundo, quer dizer desaparecer, posto que estando manifestado, se tornará , se permanecer, inteligível ao homem, e não mais será a Perfeição em si; mas ele não voa ainda; "ele é como o peixe que salta fora da água, com a vontade, mas sem os meios de desaparecer: é o Dragão igualmente pronto a se extinguir no éter dos espaços celestes e nas profundezas dos abismos, onde se encontra o lugar de seu repouso" (I Ching, cap. I § 14; comentário de Tsouhi).
A incessante atividade, o extremo do salto, pode tomar as asas do Dragão e desaparecer no alto, ou conservar as nadadeiras do peixe e desaparecer em baixo: há a liberdade de avançar ou de recuar. Eis o símbolo da liberdade e da independencia com as quais o universo se move e entra na sua via (Tao).

ele está sobre a situação superior do primeiro trigrama: é o momento da lenda onde, subindo ao topo das águas ruidosas, ele vai se lançar e aparecer como ele é na realidade. Se as escamas do Dragão saem das águas, então o homem conhece a ciência e a lei. É o "Dragão visível". A incessante atividade, chegada do alto de um trigrama, supera o abismo que a separa do segundo trigrama. Matéria para grande circunspecção.
Há fascinação e perigo em "ver o dorso do Dragão", quer dizer conhecer a Ciência e a Lei., se não se está suficientemente preparado pelos estados anteriores. Eis a vontade de expansão de todos os seres, muito perfeita posto que ela é o coroamento da atividade, mas muito perigosa, posto que ela pode alcançar à multiplicidade, quer dizer às formas e à desunião.
Ousado sobre o quarto traço, o Dragão tende a deixar o mundo, quer dizer desaparecer, posto que estando manifestado, se tornará , se permanecer, inteligível ao homem, e não mais será a Perfeição em si; mas ele não voa ainda; "ele é como o peixe que salta fora da água, com a vontade, mas sem os meios de desaparecer: é o Dragão igualmente pronto a se extinguir no éter dos espaços celestes e nas profundezas dos abismos, onde se encontra o lugar de seu repouso" (I Ching, cap. I § 14; comentário de Tsouhi).
A incessante atividade, o extremo do salto, pode tomar as asas do Dragão e desaparecer no alto, ou conservar as nadadeiras do peixe e desaparecer em baixo: há a liberdade de avançar ou de recurar.

Pousado sobre o quinto traço, o Dragão, inteiramente manifestado, age na sua plenitude e rege o mundo. Ele deixou a terra para desaparecer, mas sobre o ponto de alcançar os limites, ele ainda não despareceu, e sua influencia benfeitora se espalha por toda parte; é o Dragão voador, que, neste instante, propicia, apenas por sua visão, a idade de ouro da humanidade. É a expansão feliz do Universo na Totalidade que não cessa de ser a Unidade. A extrema atividade faz esta totalidade: a presença do Dragão faz esta unidade: e para falar uma linguagem menos metafísica, a criação existe inteiramente, mas ela não tem formas.
Lembremos que o quinto traço é o traço mediano do trigrama superior e que corresponde por simpatia ao segundo traço: sendo o segundo traço uma vontade de ação não formulada e o quinto traço é esta ação formulada.
Pousado sobre o sexto traço, o Dragão desaparece; "a altura conveniente, diz Tsouhi, é superada, a extrema unidade é alcançada, há excesso de elevação". Este comentário só deve ser entendido em relação ao universo visível. Eis o "Dragão que começa a desaparecer; e com ele começa a desaparecer também esta estase de perfeição absoluta, que aportava com ela este desgosto da impossibilidade de sua manutenção (por causa ao mesmo tempo da perfeição relativa e da extrema atividade do céu). "O que está completamente realizado, diz Confúcio, não pode durar muito". E assim o homem é tão imperfeito que a ideia mesmo de perfeição leva com ela o temor de perdê-la. Eis a criação tangível, ou melhor, a divisibilidade da unidade pela multiplicação das formas, e o estabelecimento da dualidade relativa da perfeição inteligível ao homem, pelo desaparecimento do Dragão que simbolizava a Unidade através do veículo universal.
É a estase atual que atravessamos, no ciclo ao qual pertence nossa humanidade. O desgosto desta humanidade engendra seu desejo único, denominado idealismo, e que é de fato o desejo de entrar de novo no estado de unidade.

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