sábado, 6 de julho de 2013

"Não se trata de mudar o mundo e sim de mudar a vida"


...y a verdadeira revolução é a que TRANSFORMA A VIDA (Rimbaud) e o princípio da única que pode nos interessar está nisto:
''o que a ''nós'' parece irracional na vida dos ''selvagens'', e que pode ser imprático, posto que os incapacita para competir com nossa força material, representa os vestígios de um estado primordial de compreensão metafísica, e que se o ''selvagem'' já não é hoje em dia, falando de forma geral, um compreensor de sua própria ''herança divina'', esta ignorância por sua parte não é mais vergonhosa que anossa quenão reconhecemos a natureza intrínseca de seu conhecimento, E QUE NÃO O COMPREENDEMOS MELHOR QUE ELE.

Ananda Coomaraswamy
 
É uma história imbrincada, mas podemos resumir o assunto parafraseando a retificação superadora que RIMBAUD fez a MARX: ''NÃO SE TRATA DE MUDAR O MUNDO E SIM DE MUDAR A VIDA'' (o escritor argentido Ricardo Iribarren nos recorda ainda uma outra possibilidade (igualmente) 'tradicional':a de mudar DE mundo.
(...)

Assim como a linguagem científica abre campos de conhecimento, a linguagem não-instrumental, não-discursiva da criação poética, abre outros campos de experiência do real. Entender o inconsciente como consciência não-discursiva ajuda a esclarecer a modernidade de Hölderlin, Nerval, Lautréamont, Corbière, Germain Nouveau, Jarry e Artaud. Permitindo a intervenção do inconsciente, rompem com o discursivo e com a sociedade: rompem com o discurso da sociedade. Fazem arte revolucionária, pela radicalidade da rebelião individual, e por sua crítica à realidade: por isso falo em tomá-la como meio de conhecimento, e não apenas como algo a ser interpretado, como objeto do paradigma clínico ou de uma teoria literária. A inserção consciente de Artaud na tradição da ruptura acentua o caráter universal de sua contribuição, por mais que esta se tenha manifestado de modo particular, irredutível, que não permite uma escola ou doutrina de seguidores, apesar da sua influência em tantos campos da modernidade: teatro, poesia, contracultura, antipsiquiatria. É universal por expressar contradições fundamentais, entre o sujeito e o mundo que lhe é exterior, o imaginário e o real, o absoluto e o contingente, o poético e o prosaico.
Fonte:
http://triplov.com/surreal/artaud_willer.html (CLÁUDIO WILLER

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